O clima tropical sazonal de inverno seco leva ao escambo de ideias, nuancias, sensibilidade e retrocidade musical nascer no centro do Brasil. Criada no início de 2009, a Ponto de Escambo traz como vertentes a cultura regional e nacional em pulsantes vibrações sonoras de groove simples aos mais psicodélicos da cultura do cerrado. A realização de um projeto autoral com enraizamento poético cultural plugado as conexões urbanas se fundem “confundivelmente e inconfundivelmente” nas letras e composições musicais. Todos vieram de uma história ligada diretamente ou indiretamente ao rock, jazz, funk, black music, samba, reggae, músicas regionais, MPB, dub, drum bass, house, rap, hip hop, entre outras diversas manifestações de estilos e sons. Os caminhos desses músicos de diversos lugares se cruzaram na capital goiana. Buscando caminhar com a música profissionalmente, foram várias mudanças e aprimoramentos de idéias no decorrer de quase dois anos. Buscar por novas sonoridades e experimentações traçando um paralelo entre o passado, presente e o futuro são cruciais para consolidação desse trabalho.
Com uma levada de groove marcante no Baixo e sofisticação no timbres, de pesos e novidades na percussão e o som transcendente da flauta transversal, nasce a parceria de música e trabalho entre o fundadores da Ponto de Escambo, Hermes Santos, Adriano Zago e Bruno Anderson. Com o decorrer do tempo o que era apenas instrumental começa tomar novos rumos, introduzindo letras onde algumas já escritas há tempos, mas nunca musicadas. A procura por um vocalista foi certeira. Num festival de cinema da Universidade Federal de Goiás – UFG, a trupe conhece o então vocalista Lucas Ceccato, que não recusou o convite, e firmou em participar da banda dita como experimental e sem preconceitos ou preceitos sonoros, pois a busca por uma identidade musical é o primeiro passo que todos centravam. Com alguns ensaios todos já pareciam se identificar naturalmente com as músicas que faziam. O entrosamento entre todos era perceptível.
A banda procurava por um guitarrista que pudesse assumir uma postura sonora diferente dos tradicionais guitarristas, foi quando André Hiromi chegou assumindo e contribuindo com uma perspectiva de peso, swingue, dinâmica e timbres experimentais. Mais de cinco bateristas passaram pelo grupo até a chegada de Lucas Tomé, trazendo um nova sonoridade de rock e funk com percepção musical futurista, o que faltava para preencher as ideias da Ponto de Escambo. Dentre esses dois anos foram diversas conquistas e convites. O primeiro show foi realizado no fechamento da caminhada Cultural e Ambiental Antônio Malheiros, em Caldazinha-GO no interior do estado. Desse dia em diante se finda um projeto de muito trabalho e busca de novos horizontes. Em agosto de 2009 recebem o convite de Dênio de Paula da Tambor Produções, para participarem de uma coletânia chamada “Radiografia”, que será lançada em Dezembro de 2010 pela própria Tambor Produções (GO) juntamente com a Blues Time (RJ), com mais de nove bandas representando a cultura alternativa e independente de Goiás. Participamos desse projeto com a música “Grito de Guerra”, produzida por Emanuel Mastrella e Dênio de Paula.
Depois dessa gravação diversos convites para shows, festivais e eventos começam a surgir. Em Setembro de 2009 se inscrevem para o I Festival da Juventude do Estado de Goiás, concorrendo com mais de 20 bandas. Para todos era um espaço para divulgar o trabalho e compartilhar uma nova ideia de identidade visual e musical do cerrado, porém o 1º lugar veio de maneira inesperada e surpreendente. Os jurados justificaram que a criatividade musical e as letras foram cruciais para essa vitória. O prêmio foi uma gravação de oito faixas que estão sendo produzidas. Depois dessa vitória os ensaios e composições tomam um rumo mais profissional do que antes, onde os integrantes cada vez mais se tornam introspectados à Ponto. Tocando em alguns lugares da capital, surge a oportunidade em participar do 2º Festival Juriti de Música e Poesia. Dessa vez o corpo de jurados era composto por professores de música da UFG, jornalistas da área cultural, atores e músicos. Classificados no primeiro dia para vão a final com músicos e bandas renomadas de Goiânia, porém novamente ficam com 1° lugar da categoria, dando um “gás” para trabalhar.
No dia 28 de agosto de 2010 realizaram uma apresentação no Festival de Cinema Universitário Latino Americano, o “Perro Loco”. A apresentação foi um marco, além da brilhante apresentação, foi o ultimo show com o baixista e um dos fundadores da banda Ponto de Escambo, Adriano Zago. Com isso, surge Renato Taborda, que aceita rapidamente o convite para se juntar a Ponto.
Hoje a busca por levar a música que produzem para diversos cantos do Brasil e também do mundo é meta de todos que compõe hoje a banda. Mudanças ocorridas durante todo esse tempo, só reafirmou a certeza de projeto de vida em todos lutam. A amizade é essencial para que todos se mantenham firmes e objetivos. A sonoridade ainda é difícil de ser definida, pois é exatamente essa é a real proposta. Porém a identidade visual e performances se concretizam cada dia mais forte. Nesse momento é produzido o primeiro álbum que deve conter nove faixas, sendo uma já gravada pela Tambor Produções. Mesmo com pouco tempo de vida os territórios sonoros se abrem para um novo “bioma musical”. A meta é levar a cultura do estado de Goiás e do cerrado, de uma perspectiva urbana e moderna ligada principalmente a vida goianiense. A banda está fechando parcerias com artistas de intervenções urbanas para fazer paineis durantes alguns shows e eventos, com o objetivo de interligar as fusões artísticas da região, levando a diversas partes independentes da distância.
Definir as principais influências é uma tarefa um pouco complexa, porém as principais são: Jorge Ben, Nação Zumbi, Earth Wind & Fire, Tim Maia, Elis Regina, Wilson Simonal, Beatles, Stevie Wonder, Jamiroquai, Pink Floyd, Otto, Marcelo D2, Céu, Mundo Livre S/A, O Rappa, Funk Como Le Gusta, Pedro Luís e a Parede, Bélla Fleck & The Flecktones, Herbie Hancock, entre outros.
- Bruno Anderson - Percussão
- Lucas Tomé – Bateria
- Renato Taborda – Contra-baixo
- André Hiromi – Guitarra
- Hermes Soares – Flauta e Teclados
- Lucas Ceccato – Voz e Violão
Breve nos encontraremos...
